terça-feira, 18 de maio de 2010

A Teoria da "Prática de Indução ao Erro"

Imagine a seguinte situação: o cara (chamaremos de João) sempre fez tudo de certo, tudo para ajudar aos outros, nunca pisou fora da linha. Algumas pessoas o viam como um grande amigo de todos, outros, apenas como um cara de excelente caráter, e muitos, como um grande otário.
Ele decide, um dia fazer, num momento de tristeza, uma coisa errada. Não exatamente errada, aliás, mas algo fora da compreensão das pessoas que o cercavam. Ele deu uma resposta um pouco grosseira a uma pessoa que ele sequer era íntimo que fez um comentário deselegante. Com a grande fofoca (coisa de gente ignorante, é bom ressaltar) que isso gerou, chegou-se a um consenso geral de que João estava "estranho", havia se tornado "grosseiro", "mal-caráter" e "agressivo". Ele, inconformado com isso, recorreu às pessoas que ele mais prezava, explicando o que houve, na realidade. As pessoas olhavam para ele, com ar de falsa compreensão, e então, segundo o geral, João havia, também, se tornado um "mentiroso compulsivo" e "esquentadinho".
Desesperado com a opinião pública (e da família também), João começou a conversar com pessoas que passavam por situações um pouco semelhantes. E essas pessoas curtiam rock e se vestiam de preto. Então, fazendo amizade com eles, passou a aderir ao mesmo estilo, andando também de preto pelas ruas. Pronto, agora João havia se tornado um "rebelde", "brigava na rua", "transava com virgens num cemitério", "bebia sangue" e "adorava ao demônio". Sem contar que isso fez completo sentido, visto que ele era "rude" com as pessoas decentes que não queriam confusão. Isso, claro, segundo "fontes seguras", ou seja, a sociedade.
João, então, um cara que sempre fez o que pôde para ajudar aos outros, agora sentia uma enorme ira, pois havia não apenas compreendido, mas sentido na pele a grande hipocrisia da pessoas, da sociedade em si. Sabia muito bem que não era nem fazia nada daquilo que as pessoas pensavam, sabia que não estava andando por caminhos ruins como sua mãe pensava. Continuava sendo o mesmo João, só que com compreensões a mais.
Como as pessoas constantemente queriam o mal dele, por acharem que ele era uma pessoa demoníaca, João teve também de aprender artes marciais com seus amigos e aderir a um visual que intimidasse, que impusesse medo e, consequentemente, respeito, pois sabe-se lá quem ia querer arrumar confusão com ele.
Por fim, João acabou se tornando um cara de muito conhecimento da faceta real das coisas, e também muito desconfiado e triste por saber que, por mais que ele tentasse alertar aos outros sobre a realidade, ia só tomar pedrada.

A grande síntese por trás disso tudo é a seguinte:

-João respondeu mal à um comentário ruim porque estava num dia ruim, estava triste, como qualquer outro ser humano fica;
-as fofocas que lhe trouxeram má fama fizeram com que ele se sentisse na obrigação a fazer algo a respeito, quando, na verdade, o mais racional era não fazer nada (agiu motivado por uma sensação negativa);
-como viu que as coisas só pioravam, se sentiu cada vez mais pressionado por todos, tendo de responder por coisas que, para ele, não faziam o menor sentido (como era ingênuo, seu sentido de lógica e seu lado emocional ficaram cada vez mais abalados, levando-o ao desespero);
-ao conhecer pessoas novas com quem se identificava e que não eram ingênuas, João passou a se sentir mais confortável e aprendeu muito sobre a REAL tendência das pessoas;
-ao final, ao compreender a ignorância das pessoas, passou a se entristecer por causa delas.


Isso fala sobre a influência da negatividade na mente das pessoas. A negatividade por trás das mensagens só nos faz enlouquecer cada vez mais, se não soubermos enfrentar esse tipo de situação. Abala, inevitavelmente, o nosso emocional. Isso porque existe uma coisa que se chama "ancoragem". Quando se vive certas situações, você relaciona, na sua mente, certos sentimentos a certos tipos de coisas. Por exemplo: quando você se lembra de alguém quando ouve certa música, quando sente uma coisa boa quando entra num lugar que te traz boas lembranças, quando lembra da careta que alguém fez quando come determinada coisa. E isso também é válido para a sua experiência pessoal em si. Quando você tenta aprender a andar de skate e cai, você obtém uma lembrança ruim. E por conta dessa lembrança, terá uma ancoragem sobre isso se tentar andar de skate de novo. Vai achar que vai cair de novo porque já caiu uma vez. Se você tem experiências ruins sobre a convivência com as pessoas, se tornará desconfiado, por exemplo, por ter em seu inconsciente lembranças sobre pessoas que não lhe foram agradáveis. E isso tudo te torna uma pessoa insegura sobre seus atos.

Tudo isso é a teoria que chamo de "Prática da Indução ao Erro". Se resume no conjunto de conspirações, conscientes ou inconscientes, a curto ou a longo prazo, muitas vezes tendo como veículo a fofoca, a rotulação e a mídia, que faz com que o indivíduo tenha experiências ruins e ações equivocadas. Isso a torna cada vez mais insegura, atordoada, entristecida, desconfiada, entre outros, devido à ancoragem mal-estabelecida que ela tem de si mesma e dos outros, levando-a a praticar coisas cada vez mais equivocadas e auto-destrutivas, tendo, por fim, a deturpação total dela mesma e de sua imagem.

10 comentários:

  1. O drama de minha vida auhauhauhuhuhhua :(
    Né mole não, sociedade hipócrita...

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  2. sim concordo com você !!!
    pois a palavra mal direcionada
    pode dar um conflito muito grande
    na vida de um homem ...
    muito boa essa sua pagina
    continue assim pois a chave do seu futuro esta nas palavras
    abraço amigo

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  3. Cara, a sua prática de indução ao erro tem outro nome: TRAUMA.
    A pessoa que caiu do skate não acha que vai cair de novo pq a mídia disse que as pessoas que caem de skate explodem ou pq os amiguinhos do colegio falaram que ele anda mal de skate, mas sim pq a pessoa se esborrachou no chão e tem medo que isso aconteça! Simples!
    As pessoas sao induzidas ao erro quando é criada uma realidade que nao condiz sobre algum assunto ou quando é adaptada para você se fuder. Tipo quando a gente jogava smash e eu te tacava fora da plataforma e ficava na beirinha te esperando para te dar um cacete. A minha intenção era que voce errasse na hora de voltar para que eu te vencesse.
    Na verdade, a pratica de indução ao erro é uma excelente estratégia em diversas competições. Google it!
    Agora sobre a sua biografia epicfailmente disfarçada, eu acho que o João deveria levar as críticas um pouco melhor ou talvez entender as pessoas antes de chamar de ignorantes ou coisa do tipo. A arrogância sempre está na gente por causa do nosso ego, mas deixá-la nos guiar é a causa de pensamentos errôneos, como achar que é possivel as pessoas te respeitarem ao impôr medo nelas.
    Eu sinceramente fico puto com esse papo de "sociedade hipocrita", "pessoas ignorantes", "gente ridicula" que os grupos marginalizados tem. O preconceito sempre vai existir? Claro que vai, entao let it be! A questão é ser superior as coisas sem inferiorizar as mesmas, trazendo elas para o nosso lado sempre.
    Ou voce acha que a solução é rotular a sociedade da maneira que ela rotula os outros? fikfik

    Abraços, ehg

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  4. cara, qndo falo de "indução ao erro", digo, como mesmo citei no post, que as pessoas, CONSCIENTES OU NÃO DISSO, acabam causando traumas em outras pessoas. é, querendo ou não, uma prática de indução ao erro. o trauma fica no inconsciente da pessoa, o tempo todo, fazendo com que ela se erre várias vezes como, por exemplo, qndo o cara adquire uma fama errada e, na tentativa desesperada de consertar, acaba fazendo besteira por não conseguir jogar com a razão ao invés do sentimento. não são todos que conseguem lidar com seus sentimentos. de qualquer maneira, não se engane qnto à Estória, pois não é uma biografia disfarçada minha, como achei q alguém fosse se arriscar a pensar, mas realmente é uma coisa inventada. talvez até tenha algo a ver, mas está longe de ser minha biografia. e eu não estou inferiorizando ninguém, só tenho a certeza de que o nível consciencial atual está um um horror e confunde cada vez mais a cabeça dos jovens. o homem bom de antigamente era o forte guerreiro que voltava vitorioso das batalhas. nessa época, a ética era mais valorizada. hoje em dia, as pessoas perderam o senso de justiça, de integridade moral, e o cara decente é o que trabalha que nem um condenado e não é valorizado por isso, o cara decente é o q fica castrado em casa estudando. o cara decente é o q segue a instrução de cuidar de si mesmo, e não se meter caso veja uma injustiça ocorrendo, mesmo sabendo que qm deve resolver NÃO VAI resolver. isso, pra mim, foge à qlqr prisma coletivo, passa a ser egocentrismo agudo. e é esse egocentrismo q nos levou ao q somos hj: uma sociedade à beira da quase extinção.

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  5. e vc considera a sociedade longe da ignorância? acho q se fosse bem assim, estaríamos numa situação beeem melhor hoje, não concorda?! e realmente, os q pensam num bem maior geralmente são "marginalizados", como vc disse, muitos passam a usar drogas, beber excessivamente justamente por não conseguir lidar com seus sentimentos, por não conseguir lidar com o fato de as pessoas serem oq são hoje. e tbm não têm o menor apoio das "pessoas decentes". mas é claro que não estou falando de todos. de qlqr maneira, eu entendo o cara que se destrói por causa das outras pessoas, pois consigo entender oq ele passa por dentro, mesmo eu não estando no mesmo estado q ele. no entanto, eu não entendo uma pessoa que, hoje em dia, vive achando que vai terminar a escola, cursar uma faculdade, trabalhar, ficar rico, se casar, ter filhos e viver feliz para sempre. sei que a humanidade sucumbirá muito em breve, mas todos vivem como se nada fosse acontecer. esse é o ponto que mais me entristece. bom, é isso (;D

    vlw, mais uma vez, por me fazer pensar mais.

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  6. O trauma realmente acontece, mas pode não ser só por causa da sociedade. E se for, quem disse que é intencional?

    Quanto aos atuais valores da sociedade, concordo. Mesmo, por incrivel que pareça.
    Acho ridiculo hoje em dia o valor de um homem ser medido em cifras ou diplomas, mas eu nao acho que isso passa a ser um egocentrismo. Isso é instinto de sobrevivência, porque a sociedade contemporânea é neoliberal, e no neoliberalismo você precisa de dinheiro para viver. Para ter dinheiro só estudando para se qualificar.
    Isso não veio a partir do ego de uma pessoa, foi a partir de um coletivo dominante :/

    E eu acho sim que a sociedade é muito ignorante, mas a história levou à todos para um lugar comum que é "cuide apenas de quem cuida de você". Isso é um pensamento egoísta que a gente vê sempre e, infelizmente, não vai mudar.
    Muda se a gente espalhar valores bons por aí. Eu tento fazer isso e já até repassei essa filosofia (que é a que eu vivo) do "trate o outro como a ti mesmo", mas eu não conheço 60 bilhões de pessoas.

    Enfim, eu não acho que o mundo vai sucumbir em breve. Você tem como mostrar que isso vai acontecer?

    Abraços =)

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  7. bom, repito mais uma vez, o trauma causado por alguém é feito conscientemente ou inconscientemente, ou seja, pode muito bem ser meio que sem querer, como muitas vezes uma pessoa é invejosa e não se dá conta disso, por exemplo. o fato é que aquele trauma vai ficar guardado na mente da pessoa pro resto da vida dela, e isso pode atrapalhar alguém, e muito.
    e o instinto de sobrevivência é um dos princípios básicos da vida humana, e ele é o pior de todos para se superar, e, graças a ele, combinado com a ganância, temos o atual sistema que deixa muitos na merda. mas inicialmente, antes de ser uma sociedade egocêntrica, um coletivo dominante, antes de existir o dinheiro, esse tipo de sentimento não era tão abrangedor.
    e que bom, kra, que você concorda comigo no ponto que diz que a sociedade é muito ignorante.
    bom, quanto ao mundo sucumbir em breve, eu não acho que devo citar tantos fatores, todos estão vendo o que está acontecendo com nosso planeta... na nossa carinha! e acho que talvez fosse útil você assistir a esse vídeo:

    http://www.youtube.com/watch?v=uvbHFJAvZIs

    abraço!

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  8. Eu não vou dizer se acho que o mundo vai acabar em 2012 ou não, mas você colocar qualquer coisa da Rede Globo de Televisão como fonte é sacanagem.

    Tenha certeza de uma coisa: A maior manipuladora e lider de todas as classes dominantes, é essa tal de rede globo.

    Me manda outra fonte :D

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  9. kra, vou te dizer que, da internet, poucas coisas realmente plausíveis eu tenho para lhe mostrar, mas que tal você procurar a respeito da elaboração do calendário maia? sem contar que esse não é o único calendário que aponta essa data. fora também que não são baseados em simples superstições, coisas do além, mas, sim, através de muito estudo científico. e tudo oq eles disseram está se concretizando, e a bíblia só confirma tudo. tem que levar também em consideração que a própria ciência já descobriu oq está por vir, por uma série de fatores geológicos. se eu encontrar ou me lembrar de algo que eu ache realmente útil para seu entendimento, te mando sem pensar duas vezes.

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  10. Calendario maia eu conheço, fim do mundo em 2012 e blablabla.

    A biblia nao confirma nada, nunca confirmou. É muito facil pegar uma passagem e me mostrar aqui pq vc pode adequá-la ao contexto.

    fikdik desse link http://www.jesusneverexisted.com/josephus-etal.html
    vc vai ver q um dos maiores pregadores das palavras apocalipticas de Deus era uma fraude sinistra.

    enfim, se vc achar algo me passa =)

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