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Imagine a seguinte situação: o cara (chamaremos de João) sempre fez tudo de certo, tudo para ajudar aos outros, nunca pisou fora da linha. Algumas pessoas o viam como um grande amigo de todos, outros, apenas como um cara de excelente caráter, e muitos, como um grande otário.
Ele decide, um dia fazer, num momento de tristeza, uma coisa errada. Não exatamente errada, aliás, mas algo fora da compreensão das pessoas que o cercavam. Ele deu uma resposta um pouco grosseira a uma pessoa que ele sequer era íntimo que fez um comentário deselegante. Com a grande fofoca (coisa de gente ignorante, é bom ressaltar) que isso gerou, chegou-se a um consenso geral de que João estava "estranho", havia se tornado "grosseiro", "mal-caráter" e "agressivo". Ele, inconformado com isso, recorreu às pessoas que ele mais prezava, explicando o que houve, na realidade. As pessoas olhavam para ele, com ar de falsa compreensão, e então, segundo o geral, João havia, também, se tornado um "mentiroso compulsivo" e "esquentadinho".
Desesperado com a opinião pública (e da família também), João começou a conversar com pessoas que passavam por situações um pouco semelhantes. E essas pessoas curtiam rock e se vestiam de preto. Então, fazendo amizade com eles, passou a aderir ao mesmo estilo, andando também de preto pelas ruas. Pronto, agora João havia se tornado um "rebelde", "brigava na rua", "transava com virgens num cemitério", "bebia sangue" e "adorava ao demônio". Sem contar que isso fez completo sentido, visto que ele era "rude" com as pessoas decentes que não queriam confusão. Isso, claro, segundo "fontes seguras", ou seja, a sociedade.
João, então, um cara que sempre fez o que pôde para ajudar aos outros, agora sentia uma enorme ira, pois havia não apenas compreendido, mas sentido na pele a grande hipocrisia da pessoas, da sociedade em si. Sabia muito bem que não era nem fazia nada daquilo que as pessoas pensavam, sabia que não estava andando por caminhos ruins como sua mãe pensava. Continuava sendo o mesmo João, só que com compreensões a mais.
Como as pessoas constantemente queriam o mal dele, por acharem que ele era uma pessoa demoníaca, João teve também de aprender artes marciais com seus amigos e aderir a um visual que intimidasse, que impusesse medo e, consequentemente, respeito, pois sabe-se lá quem ia querer arrumar confusão com ele.
Por fim, João acabou se tornando um cara de muito conhecimento da faceta real das coisas, e também muito desconfiado e triste por saber que, por mais que ele tentasse alertar aos outros sobre a realidade, ia só tomar pedrada.
A grande síntese por trás disso tudo é a seguinte:
-João respondeu mal à um comentário ruim porque estava num dia ruim, estava triste, como qualquer outro ser humano fica;
-as fofocas que lhe trouxeram má fama fizeram com que ele se sentisse na obrigação a fazer algo a respeito, quando, na verdade, o mais racional era não fazer nada (agiu motivado por uma sensação negativa);
-como viu que as coisas só pioravam, se sentiu cada vez mais pressionado por todos, tendo de responder por coisas que, para ele, não faziam o menor sentido (como era ingênuo, seu sentido de lógica e seu lado emocional ficaram cada vez mais abalados, levando-o ao desespero);
-ao conhecer pessoas novas com quem se identificava e que não eram ingênuas, João passou a se sentir mais confortável e aprendeu muito sobre a REAL tendência das pessoas;
-ao final, ao compreender a ignorância das pessoas, passou a se entristecer por causa delas.
Isso fala sobre a
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influência da negatividade na mente das pessoas. A negatividade por trás das mensagens só nos faz enlouquecer cada vez mais, se não soubermos enfrentar esse tipo de situação. Abala, inevitavelmente, o nosso emocional. Isso porque existe uma coisa que se chama "ancoragem". Quando se vive certas situações, você relaciona, na sua mente, certos sentimentos a certos tipos de coisas. Por exemplo: quando você se lembra de alguém quando ouve certa música, quando sente uma coisa boa quando entra num lugar que te traz boas lembranças, quando lembra da careta que alguém fez quando come determinada coisa. E isso também é válido para a sua experiência pessoal em si. Quando você tenta aprender a andar de skate e cai, você obtém uma lembrança ruim. E por conta dessa lembrança, terá uma ancoragem sobre isso se tentar andar de skate de novo. Vai achar que vai cair de novo porque já caiu uma vez. Se você tem experiências ruins sobre a convivência com as pessoas, se tornará desconfiado, por exemplo, por ter em seu inconsciente lembranças sobre pessoas que não lhe foram agradáveis. E isso tudo te torna uma pessoa insegura sobre seus atos.
Tudo isso é a teoria que chamo de "Prátic
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a da Indução ao Erro". Se resume no conjunto de conspirações, conscientes ou inconscientes, a curto ou a longo prazo, muitas vezes tendo como veículo a fofoca, a rotulação e a mídia, que faz com que o indivíduo tenha experiências ruins e ações equivocadas. Isso a torna cada vez mais insegura, atordoada, entristecida, desconfiada, entre outros, devido à ancoragem mal-estabelecida que ela tem de si mesma e dos outros, levando-a a praticar coisas cada vez mais equivocadas e auto-destrutivas, tendo, por fim, a deturpação total dela mesma e de sua imagem.